Ela é nativa do Sul do Brasil, mas é mais conhecida pelos consumidores da Europa, Estados Unidos, Japão e Oceania. Ela até pode ser encontrada em boas frutarias da cidade de São Paulo, entre março e maio. Mas só na versão importada da Colômbia, cuja produção só perde para a da Nova Zelândia (embora em nenhum dos dois países ela cresça naturalmente).
Ela é conhecida como feijoa (Acca sellowiana), embora nada tenha a ver com o feijão. Também atende por goiaba-serrana, goiaba-crioula,
araçá-do-rio-grande, goiaba-abacaxi, goiaba-ananás ou, em inglês, pineapple guava efig guava.
araçá-do-rio-grande, goiaba-abacaxi, goiaba-ananás ou, em inglês, pineapple guava efig guava.
Trata-se de uma fruta oval, de 5 centímetros, casca verde e polpa branca macia, da família das mirtáceas. Aparentada, portanto, com a jabuticaba, a pitanga e a goiaba. Mas não com o abacaxi, apesar dos apelidos (derivados de seu sabor agradável, descrito como uma indefinida mistura de lembranças boas).
Como toda fruta, a feijoa tem suas qualidades de alimento funcional: muita vitamina C; fósforo; magnésio; sódio; cálcio e uma bela dose de potássio, bom para combatercâimbras e dar tonicidade aos músculos. Diferente do resto, porém, ela tem ainda um alto teor de iodo, componente importante dos hormônios secretados pela tireóide, responsáveis pelo equilíbrio do metabolismo em nosso organismo. A carência de iodo leva ao desenvolvimento de uma doença chamada bócio e é por isso que o elemento é acrescentado artificialmente ao sal que consumimos.
As qualidades únicas da feijoa não param por aí. De acordo com pesquisas desenvolvidas sobretudo na Itália, sua polpa é antioxidante (ajuda a “segurar” o envelhecimento) e antimicrobiana (combate bactérias e fungos). Uma pesquisa realizada no Japão vai mais além, atribuindo ao consumo da fruta o poder de modular a imunidade intestinal e reduzir a tolerância oral. Os japoneses testaram a polpa ao natural e uma versão in vitro digerida e, em ambos os casos, os polifenóis presentes na feijoa reduziram a secreção de TGF-beta pelo intestino. TGF-beta é uma proteína comum em todo nosso organismo, mas sua secreção em excesso está associada ao crescimento de células cancerosas.
Traduzindo para o português claro, isso torna a feijoa uma aliada importante na prevenção e no tratamento de certos tipos de câncer e doenças auto imunes, ou seja, doenças causadas pelo mau funcionamento do sistema imunológico (quando nossas “armas” de defesa atacam o próprio organismo).
Com tantos benefícios passíveis de se obter com o simples consumo da fruta – ou de doces, sucos e sorvetes feitos com sua polpa – é de se perguntar por que a grande maioria dos brasileiros não conhece a feijoa. Parte da dificuldade está no fato de a espécie não estar bem domesticada e os frutos não resistirem à armazenagem por mais de 2 a 3 semanas, explica o agrônomo e doutor em genética, Onofre Rubens Nodari, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), principal pesquisador da espécie no Brasil.
Feijoa
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Feijoa (=Acca) é um gênero da família Myrtaceae que inclui uma única espécie, a Acca sellowiana (nome antigo: Feijoa sellowiana), conhecida vulgarmente por goiaba-serrana ou goiaba-ananás. É um arbusto vivaz ou árvore de pequena dimensão, atingindo entre 1 e 7 metros de altura, originário das terras altas do sul do Brasil, leste do Paraguai, Uruguai e norte da Argentina.
Descrição
O fruto amadurece no outono e é de coloração verde, com o tamanho de um ovo de galinha e de forma elipsoide. Tem um sabor agradável, aromático e doce. A polpa é sumarenta, dividindo-se numa parte mais gelatinosa, onde estão as sementes, e uma parte mais firme e levemente granulada junto à casca. O fruto cai da árvore quando maduro, mas pode ser colhido antes, de modo a não ficar danificado. A polpa granulada junto à casca pode ser utilizada como esfoliante.
O botânico alemão Otto Karl Berg nomeou o gênero em honra do naturalista luso-brasileiro João da Silva Feijó (1760-1824). Durante o período em que viveu no Ceará, Feijó foi encarregado pela coroa portuguesa de mandar exemplares da flora nordestina para o Real Jardim Botânico da Prússia, o que, mais tarde, ocasionaria a homenagem.
A feijoa é uma planta de ambientes quentes-temperados a subtropicais, desenvolvendo-se também nos trópicos, requerendo, contudo, alguns dias de baixas temperaturas (chilling requirement) para poder frutificar. No hemisfério norte, tem sido cultivada até a Escócia, mas nem sempre frutifica porque temperaturas abaixo dos -9°C destroem os botões florais. É uma planta bastante popular na Nova Zelândia, onde é cultivada nos jardins.
Algumas cultivares enxertadas procedem à autopolinização, mas a maioria necessita de um agente polinizador.
Domesticação da espécie no Brasil
O processo de domesticação da goiabeira serrana no Brasil iniciou-se em 1986 por iniciativa do pesquisador Jean-Pierre Ducroquet, da Empasc (hoje Epagri - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina). Ducroquet conta que seu interesse pela goiabeira serrana começou depois que o professor R. H. Sharpe, da University of Florida, visitou o Brasil e comentou que a goiabeira serrana, nativa do Brasil, estava sendo cultivada em várias partes do mundo inclusive nos Estados Unidos.
Depois de averiguar sobre a fruta nativa, Ducroquet decidiu iniciar uma coleção com os melhores exemplares nativos da região e com alguns acessos melhorados de outros países. Naquela época, através de um concurso regional, adquiriu 10 amostras de frutos das 150 melhores goiabeiras serranas da região. A grande diversidade de acessos foi a base para o trabalho de melhoramento genético que se iniciou no município de Videira (SC) e foi depois transferido para o município de São Joaquim, no planalto serrano catarinense, onde as condições climáticas são mais favoráveis ao desenvolvimento da espécie.
O processo de domesticação da goiabeira serrana no Brasil iniciou-se em 1986 por iniciativa do pesquisador Jean-Pierre Ducroquet, da Empasc (hoje Epagri - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina). Ducroquet conta que seu interesse pela goiabeira serrana começou depois que o professor R. H. Sharpe, da University of Florida, visitou o Brasil e comentou que a goiabeira serrana, nativa do Brasil, estava sendo cultivada em várias partes do mundo inclusive nos Estados Unidos.
Depois de averiguar sobre a fruta nativa, Ducroquet decidiu iniciar uma coleção com os melhores exemplares nativos da região e com alguns acessos melhorados de outros países. Naquela época, através de um concurso regional, adquiriu 10 amostras de frutos das 150 melhores goiabeiras serranas da região. A grande diversidade de acessos foi a base para o trabalho de melhoramento genético que se iniciou no município de Videira (SC) e foi depois transferido para o município de São Joaquim, no planalto serrano catarinense, onde as condições climáticas são mais favoráveis ao desenvolvimento da espécie.
Depois de alguns anos de observação de cada acesso, se fizeram cruzamentos dirigidos de quatro exemplares nativos com dois exemplares melhorados na Nova Zelândia, a cultivar Apollo e a cultivar Unique, todos cruzando entre si seguindo um delineamento dialélico num total de 960 plantas. Só em 2007 foram lançadas duas cultivares comerciais brasileiras, adaptadas às condições climáticas do planalto serrano catarinense, então chamadas Alcântara e a Helena. Em 2008, outras duas cultivares foram lançadas, a Mattos e a Nonante/