Delegado diz que faca usada no crime foi encontrada no telhado da casa de uma vizinha. (Foto: Polícia Civil/divulgação)
Após oito meses de investigação, a Polícia Civil de Minas Gerais, por meio da Delegacia de Homicídios de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, concluiu que uma grávida morta na cidade, em setembro do ano passado, foi assassinada pelo próprio filho, um adolescente de 14 anos. Conforme informações divulgadas pela polícia nesta quarta-feira (30), o garoto acabou confessando o crime.
Gislene Alves da Silva, 31 anos, grávida de sete meses, foi encontrada morta no dia 25 de setembro de 2011, com 13 facadas, dentro de casa, no Bairro Presidente Roosevelt, em Uberlândia. Na ocasião do crime, o filho de Gislane chamou a Polícia Militar alegando ter encontrado a mãe morta.
Segundo o delegado Luciano Alves dos Santos, que presidiu as investigações, até então o adolescente estava livre de qualquer suspeita. “Porém, o contexto probatório dos autos era intrigante e investigamos o próprio filho, que acabou por confessar o crime”, complementou.
De acordo com o delegado, inicialmente todas as suspeitas recaíram sobre o companheiro da vítima, de 33 anos, de quem ela estava grávida e já tinha um outro filho de 4 anos. A criança, inclusive, presenciou a morte da mãe, mas, em estado de choque, não conseguiu dar informações precisas sobre o crime. “O álibi do companheiro dela foi convincente e a suspeita foi descartada”, contou o delegado.
Luciano Alves dos Santos salientou que o adolescente disse que matou a mãe a facadas porque tinha discutido com a mesma. “Durante a discussão, a mãe desmaiou, em face de problemas de saúde, e com ela ainda desacordada, ele a esfaqueou”, mencionou. A faca usada no matricídio foi encontrada no telhado da casa de uma vizinha. Os motivos do desentendimento não foram divulgados.
O delegado informou também que encaminhou os autos ao Juizado da Infância e da Juventude, que decidirá sobre o destino do adolescente. Uma cópia do inquérito foi enviada para a Delegacia de Orientação ao Menor. O delegado disse que, pelas circunstâncias, este era um crime de difícil solução, “mas graças a uma investigação minuciosa”, foi possível apurá-lo.