A Eletronuclear contratou a Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina (Feesc) para fazer um estudo das condições de tráfego da BR 101 (Rio-Santos). O foco do trabalho será o trecho da rodovia compreendido entre os municípios de Angra dos Reis e Paraty, no litoral sul fluminense, onde está situada a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. Ali funcionam as usinas nucleares Angra 1 e 2 e se constrói Angra 3. A reportagem é da Agência Brasil.
A iniciativa atende a pedido do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), segundo informou o coordenador de Responsabilidade Socioambiental da Eletronuclear, Paulo Gonçalves. O convênio entre a Eletronuclear e a Feesc (ligada à Universidade Federal de Snata Catarina - UFSC), foi assinado no final de novembro do ano passado. A expectativa é que o trabalho seja concluído até agosto deste ano.
O estudo vai determinar se a estrada precisa ser duplicada, se precisa ter trevos nas entradas das cidades, se precisa em determinados locais ter somente aumento do acostamento, se há risco iminente de as encostas caírem. "Em função da utilização da estrada, ele [o estudo] indica para a gente o que deve ser feito". As informações serão repassadas para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que irá aferir se os dados apresentados estão corretos e se, tecnicamente, o estudo é aplicável.
A experiência comprovada dos estudos efetuados pela Feesc em seu laboratório de trânsito levou à contratação. A Eletronuclear administra as usinas nucleares brasileiras. "A gente espera que as recomendações venham a atender a toda essa área técnica, para poder oferecer [as soluções] ao Ibama e ao usuário da estrada".
Gonçalves destacou a importância da iniciativa, uma vez que a BR 101 é a principal via de fuga da população em situações de emergência na central nuclear. "O estudo vem corroborar tudo aquilo que a gente precisa para o plano de emergência da central nuclear". Embora o estudo não tenha como foco os rios e lagoas da região, Paulo Gonçalves informou que se houver uma ameaça naquele trecho da estrada, como risco de queda de barreira ou de encosta, isso também será avaliado. O custo previsto do estudo é R$ 1,5 milhão.
No último dia 9, foi feita a primeira reunião para definir os parâmetros do projeto, envolvendo questões como a quantidade de carros em feriados, que são os dias de maior movimento na rodovia, e o tipo de veículos que trafega no local. Um novo encontro está marcado para o próximo dia 24, em Angra dos Reis, do qual participarão representantes da Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e da Defesa Civil, para que suas revindicações possam também ser atendidas. "Para que eles coloquem o que desejam que o estudo atenda também", disse o coordenador.
Na última sexta-feira (11), foi feita reunião com a prefeita de Angra, Conceição Rabha (PT), durante a qual a Eletronuclear colocou-se à disposição para auxiliar o município em obras de contenção de encostas afetadas pela forte chuva do início do mês.