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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Moradores de rua de Ubatuba-SP foram deixados em Angra

Grupo teria vindo de Ubatuba mediante ameaças.
 Na manhã de sexta-feira, dia 3, a equipe de abordagem da Secretaria de Ação Social da Prefeitura de Angra prestou assistência a oito moradores de rua que foram deixados por uma Kombi vinda de São Paulo. A abordagem se deu devido a uma denúncia por telefone. Moradores da Sapinhatuba teriam visto quando o veículo parou no trevo da entrada da cidade para que os moradores de rua descessem. Eles foram abordados no Balneário, em frente à agência do Bradesco.

Segundo os agentes sociais, a prática de retirar moradores de rua de um município para deixá-los em outro, classificada por eles como lamentável, é mais freqüente do que se possa imaginar. Por ano, os agentes devolvem cerca de 300 pessoas a suas cidades de origem em decorrência dessa situação. De acordo com os agentes, as pessoas são trazidas principalmente de cidades próximas a Angra. Em ocasiões em que há grandes eventos nessas cidades, isso é ainda mais freqüente.

– É uma prática comum e reprovável, pois estamos lidando com pessoas, que têm vontades e direitos como todos nós, e isso viola os direitos dessas pessoas – disse Cássia Marques, gerente de Serviço Social.

De acordo com os moradores de rua, vindos de Ubatuba, eles foram colocados no veículo mediante ameaças e deixados em Angra. A equipe de abordagem, formada por três agentes sociais e uma assistente social, recolheu o grupo e prestou-lhe assistência. As pessoas estavam com fome e queriam deixar Angra dos Reis. A equipe providenciou alimentação e passagens para Volta Redonda, para que de lá elas pudessem retornar a Ubatuba. A Secretaria de Ação Social de Angra fez contato com o setor responsável da Prefeitura de Volta Redonda para que o grupo fosse recebido. As passagens foram fornecidas por meio de um convênio que a Secretaria de Ação Social tem com uma empresa de ônibus.

Conforme explicado pela equipe de abordagem, o procedimento em casos como esse costuma ser devolver as pessoas a suas cidades de origem, mas cada caso é analisado pelos assistentes sociais e a vontade e os direitos das pessoas são sempre levados em conta. Angra possui um Centro de Atenção à População de Rua, localizado no Bracuí. O local pode abrigar pessoas nessa situação, em caráter provisório e emergencial, porém é voltado para pessoas que são de Angra ou possuem vínculos com o município.

Uma mulher que fazia parte do grupo vindo de Ubatuba disse que queria ficar em Angra, pois teria uma filha que reside na Japuíba. Ela não embarcou para Volta Redonda junto com o grupo e seu caso está sendo conduzido pela equipe da Ação Social.
Fonte:[PMAR]

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