João Santana faz as campanhas do PT desde 2006
Correio do Brasil |
– É uma pena o nosso candidato imbatível, Lula, não aceitar nem pensar nesta ideia de concorrer a governador de São Paulo. Você já imaginou uma chapa com Lula para governador tendo Gabriel Chalita, do PMDB, como candidato a vice? – disse Santana, em entrevista ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo.
Santana também aposta em Fernando Haddad, prefeito eleito de São Paulo, para a sucessão presidencial:
– (Haddad) tem tudo para ser presidente da República, em 2022 ou 2026. Antes disso, talvez seja a vez de Eduardo Campos, do PSB – afirmou.
Na entrevista, o marqueteiro de 59 anos relata a estratégia que levou o PT à Prefeitura de São Paulo este ano. Trabalhou sem atacar os outros candidatos no início da campanha, pois o candidato “não tinha musculatura para bater nem para herdar eleitores” de adversários. Ele foi o marqueteiro certo para o partido certo, pois não se imagina, por exemplo, fazendo campanha para um candidato tucano.
– Por ter muita afinidade com o PT e esse campo político, eu acho muito difícil, eu diria impossível, fazer uma campanha presidencial para o PSDB. Há um processo de desgaste e de deterioração política do PSDB. Viraram uma versão anacrônica da UDN: denuncistas e falsos moralistas. Pode acontecer ao PSDB o que aconteceu ao DEM. O DEM está sendo engolido pelo PSD, de (Gilberto) Kassab. Se não se renovar, o PSDB pode ser engolido pelo PSB, de Eduardo Campos – disse.
Principal comandante na área de marketing na reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e na eleição de Dilma, quatro anos depois, Santana avalia a oposição com os números que conhece bem:
– Se a eleição fosse hoje, novembro de 2012, Dilma ganharia no primeiro turno. Se fossem candidatos de oposição Aécio Neves e Eduardo Campos não teriam, somados, 10% dos votos – afirmou, na entrevista.
João Santana também se mostrou cético com o movimento que lançou, pelas redes sociais, o atual presidente do STF, Joaquim Barbosa, para presidente da República.
– É uma pessoa inteligente e saberá tomar a decisão certa. Caso se candidatasse (a presidente) poderia ter um final de carreira melancólico. Não se elegeria, faria uma campanha ruim e teria uma votação pouco expressiva – prevê.
E não deixou de expressar sua crítica ao STF e ao julgamento da Ação Penal 470, conhecida como ‘mensalão’. Santana se sentiu “no dever” de fazer uma observação aos ministros da Suprema Corte.
– O julgamento do ‘mensalão’ levou ao paroxismo a teatralização de um dos Poderes da República. O excesso midiático intoxica. É um veneno. Se os ministros não se precaverem, eles podem ser vítimas desse excesso midiático no futuro. E com prejuízos à instituição. O ego humano é um monstro perigoso, incontrolável. O ‘mensalão’ é o maior reality show da história jurídica não do Brasil, mas talvez do planeta – concluiu Santana.
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