Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto é formada pelo conjunto das usinas nucleares Angra 1, Angra 2 e Angra 3 (em construção), de propriedade da Eletronuclear, subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras - Eletrobras. São o resultado de um longo Programa nuclear brasileiro que remonta à década de 1950 com a criação do CNPq liderado na época principalmente pela figura do Almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva, que lhe empresta o nome.
Localização
A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA) está localizada às margens da rodovia BR-101, na praia de Itaorna, em Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro. As razões determinantes dessa localização foram a proximidade dos três principais centros de carga do Sistema Elétrico Brasileiro (Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo), a necessária proximidade do mar e a facilidade de acesso para os componentes pesados.
A interligação elétrica da usina ao sistema elétrico é feita por três linhas de transmissão em quinhentos quilovolts para as subestações de São José em Belford Roxo, de Grajaú no Rio de Janeiro e de Cachoeira Paulista, SP. Uma interligação em 138 quilovolts existe para alimentar os sistemas da usina nos períodos de parada.
Instalações
Além das usinas Angra 1 e 2 e das obras da Usina Angra 3, a área da Central abriga, ainda, duas subestações elétricas (138 e 500 kV) operadas por Furnas Centrais Elétricas S.A., os depósitos de armazenamento de rejeitos de baixa e média atividade e diversas instalações auxiliares (prédios de engenharia, almoxarifados etc.).
A potência total das usinas é de 2007 MW, dos quais 657MW em Angra 1 e 1350MW em Angra 2. Adicionalmente, está em construção a usina nuclear Angra 3, com capacidade maior que a Angra 2 e entrada em operação prevista para 2018.
Nas cercanias da Central, existem, ainda, as vilas residenciais de Praia Brava e Mambucaba, que abrigam os operadores das usinas, além de laboratórios de monitoração ambiental, centros de treinamento e hospitais.
HISTORIA
Em 1982, após longo período de construção, teve início a operação comercial da Usina Angra 1, com 657 MW. O início da vida da usina foi marcado por diversos problemas, que levavam a constantes interrupções na operação. Houve mesmo longo litígio entre Furnas Centrais Elétricas, então operadora da usina e a Westinghouse, sua fornecedora. A partir de 1995, com a solução dos problemas técnicos e com o aprendizado das equipes de operação e manutenção, o desempenho da usina, medido pelo seu fator de capacidade, melhorou substancialmente.
Em 2000, entrou em operação a Usina Angra 2 com 1350 MWe. Essa usina foi construída com tecnologia alemã Siemens/KWU, ainda no âmbito do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha. Em seu primeiro ano de operação, Angra 2 atingiu um fator de capacidade de quase noventa por cento (2001).
Em 2010, foram produzidos, na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, 14 415 gigawatts-hora (GWh), correspondendo a três por cento do consumo de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional.
De 1985, quando entrou em operação comercial a usina Angra 1, até 2005, a produção acumulada de energia das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2 somam 100 000 GWh. Isso equivale à produção anual da usina hidrelétrica Itaipu Binacional ou ainda à iluminação do estádio Mário Filho por 150 000 anos.
Essa quantidade de energia seria suficiente para iluminar o Cristo Redentor por 1 800 000 de anos; a passarela Darcy Ribeiro por 28 900 anos, com os monumentos acesos doze horas por dia nos 365 dias do ano. A produção acumulada de energia das usinas nucleares brasileiras seria suficiente, ainda, para abastecer por mais de sessenta anos toda a iluminação pública da cidade do Rio de Janeiro ou o consumo do Estado do Rio durante três anos. Nos próximos seis ou sete anos, as duas usinas poderão repetir este número, gerando uma média de 15 000 gigawatts.hora/ano.
A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto é operada pela Eletronuclear e gera 2 000 empregos diretos e cerca de 10 000 indiretos no Estado do Rio de Janeiro.
Operação
As usinas operam normalmente a plena capacidade, ou seja, em cem por cento do tempo, sendo desligadas uma vez por ano para recarga do reator. As paradas para recarga duram cerca de trinta dias e, além da recarga, são feitos diversos testes nos sistemas normais e de segurança, além de manutenções programadas.
O despacho das usinas é comandado pelo ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico
Região circunvizinha
A região de Itaorna, antes, um local remoto e ermo, viu, gradativamente, crescerem comunidades e bairros ao seu redor. Assim, além das vilas residenciais de Praia Brava e Mambucaba, habitadas pelos operadores das usinas, existem, hoje, nas proximidades da vila de Mambucaba, as comunidades do Parque Mambucaba, Piraquara de Dentro, Piraquara de Fora, entre outros. Há também os bairros um pouco mais distantes, como o Frade.
Miniatura do reator exposta no centro de visitação, que recebe 21 mil pessoas por ano, a maioria estudantes
Réplica em tamanho real das varetas onde ficam armazenadas as pastilhas de urânio, com 4 metros de altura
A sala de controle é o local onde são tomadas as decisões mais importantes sobre a operação das usinas
Operador durante testes na sala de controle, que pode ser comparado ao cérebro da usina
Estação que capta água do mar para resfriamento. A temperatura influencia a potência do reator
Sala de turbinas, onde ficam os geradores de vapor e as turbinas que recebem vapor que vem do reator
Grandiosidade das turbinas que são movimentadas a vapor e geram eletricidade impressiona
Portas só abrem com identificação digital do funcionária que acompanha a visita a Angra 2
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