Doze filiais terão atividades encerradas nas regiões sul e sudoeste da BA. Sindicato discorda dos benefícios complementares propostos pela empresa.
Lílian Marques Do G1 BA
Lílian Marques Do G1 BA
Pelo menos quatro mil empregados da fabricante de calçados Vulcabras, dona da marca Olympikus e Azaleia, devem ser atingidos pelo fechamento de 12 unidades da empresa no sul e sudoeste da Bahia. De acordo com a assessoria da indústria, parte deles será remanejada para a matriz situada em Itapetinga, na região sudoeste da Bahia. Eles devem ser mantidos no trabalho até o dia 14 de dezembro, quando começam as férias coletivas e o processo de demissão, segundo informa a empresa.
No entanto, as máquinas estão paradas desde sexta-feira (30), dia em que foram comunicados da decisão. Os funcionários têm cumprido apenas o horário estabelecido em contrato, de dez horas, com um hora de almoço, que tem compensação. Os trabalhadores chegam à fábrica 5h e deixam o local as 14h49. Serão desativadas todas as fábricas localizadas no estado, exceto a matriz. São duas unidades nas cidades de Caatiba, Firmino Alves, Itambé, Itororó e Macarani, além de uma em Itapetinga.
Ainda em nota, a empresa disse que cumprirá os direitos previstos junto ao sindicato e irá pagar "benefícios complementares". Paulo César, diretor do sindicato dos trabalhadores da fábrica em Itororó, contou que a Vulcabras propõe que os demitidos recebam valor de R$ 1.400 adicional e cinco cestas básicas. Para ele, o valor não é suficiente. Mensalmente, os trabalhadores ganham R$ 653, atuando como cortador, pré-costura, costureira e montador dos calçados, segundo diz o sindicalista. "O sindicato reinvindica um salário mínimo, um ano de cesta básica e seis meses de salário para quem quer sair, só que a empresa ofereceu dois salários mínimos e cinco cestas básicas. O sindicato não fechou esse acordo porque depende da classe trabalhadora também", acrescentou.
Paulo César explicou que a cidade de Itororó tem pouca opção de trabalho e que a notícia gerou surpresa para os moradores. "Havia boatos após o fechamento de seis fábricas na Bahia, mas os diretores sempre passaram positividade para a gente. A prefeitura não tem como empregar todo mundo, a fábrica emprega muita gente da região", disse ele, que trabalha há quase sete anos em uma das fábricas. Casado e com filho de um ano e nove meses, ele contou que ainda não saber o que fazer para ter nova renda após a demissão.
A Vulcabras/ Azaleia alegou que o fechamento das fábricas se deve a prejuízos financeiros causados pelo aumento da competição dos calçados chineses, importados a preços menores que o custo de produção no país.
O governador Jaques Wagner esteve em Brasília na terça-feira (4) e pediu medidas de proteção para as empresas de calçados ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que ficou de estudar o caso. Nesta quarta-feira, a assessoria informou que o governo estadual busca soluções junto ao governo federal.
Racionalização
O enxugamento da operação na Bahia faz parte de um plano de racionalização e centralização das atividades da empresa no estado. "Os custos associados a esse plano serão refletidos nas demonstrações financeiras da companhia", disse a Vulcabras, em comunicado aos investidores.
A atividade fabril na Bahia ficará concentrada no município de Itapetinga, onde fica a matriz da subsidiária da companhia no estado. A Vulcabras afirmou que "simplificará a complexidade de sua gestão operacional e administrativa, assim como os fluxos logísticos, buscando tornar-se viável novamente".
Um ano atrás, a Vulcabras fechou seis filiais na Bahia. Na ocasião, a companhia disse que iria manter a atividade das doze demais unidades da empresa no estado. Este ano, a Vulcabras negociou um aporte com fundo de investimentos Pátria, mas o plano de capitalização não se concretizou.
A companhia passou recentemente por mudanças na gestão. Em julho, o então presidente Milton Cardoso, que estava no cargo há 15 anos, foi substituído por Pedro Gredene, que faz parte da família controladora do negócio. Três meses depois, Grendene assumiu também o cargo de diretor financeiro e de relações com investidores da empresa, no lugar de Edivaldo Rogério de Brito.
Nos nove primeiros meses deste ano, a Vulcabras acumula prejuízo de R$ 232,5 milhões, alta de 58% em relação a perda registrada no mesmo período de 2011. A receita líquida, na mesma comparação, avançou 10,7%, para R$ 413,15 milhões.
No entanto, as máquinas estão paradas desde sexta-feira (30), dia em que foram comunicados da decisão. Os funcionários têm cumprido apenas o horário estabelecido em contrato, de dez horas, com um hora de almoço, que tem compensação. Os trabalhadores chegam à fábrica 5h e deixam o local as 14h49. Serão desativadas todas as fábricas localizadas no estado, exceto a matriz. São duas unidades nas cidades de Caatiba, Firmino Alves, Itambé, Itororó e Macarani, além de uma em Itapetinga.
Ainda em nota, a empresa disse que cumprirá os direitos previstos junto ao sindicato e irá pagar "benefícios complementares". Paulo César, diretor do sindicato dos trabalhadores da fábrica em Itororó, contou que a Vulcabras propõe que os demitidos recebam valor de R$ 1.400 adicional e cinco cestas básicas. Para ele, o valor não é suficiente. Mensalmente, os trabalhadores ganham R$ 653, atuando como cortador, pré-costura, costureira e montador dos calçados, segundo diz o sindicalista. "O sindicato reinvindica um salário mínimo, um ano de cesta básica e seis meses de salário para quem quer sair, só que a empresa ofereceu dois salários mínimos e cinco cestas básicas. O sindicato não fechou esse acordo porque depende da classe trabalhadora também", acrescentou.
Paulo César explicou que a cidade de Itororó tem pouca opção de trabalho e que a notícia gerou surpresa para os moradores. "Havia boatos após o fechamento de seis fábricas na Bahia, mas os diretores sempre passaram positividade para a gente. A prefeitura não tem como empregar todo mundo, a fábrica emprega muita gente da região", disse ele, que trabalha há quase sete anos em uma das fábricas. Casado e com filho de um ano e nove meses, ele contou que ainda não saber o que fazer para ter nova renda após a demissão.
A Vulcabras/ Azaleia alegou que o fechamento das fábricas se deve a prejuízos financeiros causados pelo aumento da competição dos calçados chineses, importados a preços menores que o custo de produção no país.
O governador Jaques Wagner esteve em Brasília na terça-feira (4) e pediu medidas de proteção para as empresas de calçados ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que ficou de estudar o caso. Nesta quarta-feira, a assessoria informou que o governo estadual busca soluções junto ao governo federal.
Racionalização
O enxugamento da operação na Bahia faz parte de um plano de racionalização e centralização das atividades da empresa no estado. "Os custos associados a esse plano serão refletidos nas demonstrações financeiras da companhia", disse a Vulcabras, em comunicado aos investidores.
A atividade fabril na Bahia ficará concentrada no município de Itapetinga, onde fica a matriz da subsidiária da companhia no estado. A Vulcabras afirmou que "simplificará a complexidade de sua gestão operacional e administrativa, assim como os fluxos logísticos, buscando tornar-se viável novamente".
Um ano atrás, a Vulcabras fechou seis filiais na Bahia. Na ocasião, a companhia disse que iria manter a atividade das doze demais unidades da empresa no estado. Este ano, a Vulcabras negociou um aporte com fundo de investimentos Pátria, mas o plano de capitalização não se concretizou.
A companhia passou recentemente por mudanças na gestão. Em julho, o então presidente Milton Cardoso, que estava no cargo há 15 anos, foi substituído por Pedro Gredene, que faz parte da família controladora do negócio. Três meses depois, Grendene assumiu também o cargo de diretor financeiro e de relações com investidores da empresa, no lugar de Edivaldo Rogério de Brito.
Nos nove primeiros meses deste ano, a Vulcabras acumula prejuízo de R$ 232,5 milhões, alta de 58% em relação a perda registrada no mesmo período de 2011. A receita líquida, na mesma comparação, avançou 10,7%, para R$ 413,15 milhões.
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