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sábado, 5 de janeiro de 2013

Prefeita de Angra descarta Estado de Emergência

Município ainda precisa de R$ 77 milhões para investimento em pelo menos 70 áreas críticas 
A prefeita de Angra dos Reis, Conceição Rabha (PT), informou ontem, 4, ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, que a cidade não pretende declarar Estado de Emergência no município neste momento. Para a prefeita, as ações de contenção e limpeza já determinadas pela Prefeitura estão em franco progresso e as medidas de proteção da Defesa Civil Municipal estão resguardando a vida dos moradores e turistas. Conceição disse ao ministro, no entanto, que apesar dessa decisão, a cidade precisa de recursos externos para concluir obras de contenção já iniciadas e realizar novas intervenções de prevenção.

— Temos pelo menos 70 áreas de risco necessitando de intervenção imediata, além das obras iniciadas após a tragédia de 2010 e que não foram concluídas. Nosso levantamento inicial estima em pelo menos R$ 77 milhões, os recursos para garantir mais segurança à população — informou a prefeita, durante encontro na sede do Governo do Estado, no Rio.

Entre as obras que precisam ser concluídas estão os muros de contenção nos morros da Carioca, Tatu (iniciada com recursos da Prefeitura), Santo Antônio e do Carmo. Só estas intervenções, todas de grande porte, demandam R$ 58 milhões. Outros R$ 19 milhões seriam destinados a obras menores, indispensáveis porém, para a segurança do município. A prefeita disse que fez questão de ir ao encontro do ministro e do governador Sérgio Cabral (PMDB) para relatar-lhes pessoalmente os desafios da nova gestão da cidade nessa área.

- Senti a necessidade de estar presente para que essas autoridades, além dos secretários de Estado e outros prefeitos, tomassem o real conhecimento do que está acontecendo na cidade, todas as nossas necessidades e problemas – disse a prefeita, que está otimista quanto à ajuda dos governos Federal e do Estado.

Ontem à tarde, após retornar do Rio, Conceição reuniu todo o secretariado na sede da Defesa Civil e determinou a realização de um amplo levantamento sobre os investimentos e gastos da cidade com a atenção dispensada em virtude das chuvas desse início de ano. Os secretários devem ser detalhistas, informando todas as ações empreendidas, desde máquinas para limpeza de ruas e canais, até as despesas com a alimentação nos abrigos. O relatório será encaminhado ao Gabinete de Crise montado pelo Governo do Rio, para justificar a necessidade de investimentos de prevenção no município. O levantamento será coordenado pelo secretário municipal de Defesa Civil, Marco Oliveira, e pelo subsecretário de Gestão de Projetos, Raul Vaz.

No encontro com os secretários, a prefeita também agradeceu às inúmeras empresas públicas e privadas, além de autoridades, empresários e artistas que manifestaram solidariedade ao município e enviaram ajuda. Criticou, porém, o atendimento e a manutenção da concessionária de distribuição de energia elétrica. Segundo Conceição, os serviços da Ampla são os únicos que não acompanharam as medidas de reconstrução e contenção determinadas pelo Governo Municipal, já que ainda há bairros sem energia elétrica e com precariedade no atendimento. Ela determinou a convocação imediata da direção da empresa para que apresente seu plano de investimentos para a região.

— Sem que a empresa apresente, e cumpra este plano, não podemos ter com ela uma relação amigável. As reclamações são muitas e a população, em geral, está certa, porque uma empresa deste porte não pode prestar um serviço tão deficiente — criticou a prefeita.

Medidas de prevenção a desastres

Durante o encontro com os secretários, Conceição Rabha determinou ainda a realização um plano amplo de prevenção a novos incidentes envolvendo temporais e desastres. As ações, segundo ela, envolvem desde as obras de contenção e construção de novas moradias, até a educação ambiental, de forma a enfrentar o problema do descarte de entulhos e lixo. Conceição lembrou que nas últimas semanas antes da posse, após a substituição da empresa que coleta o lixo na cidade, muita quantidade de resíduos ficou em vias públicas, entupindo bueiros e canais e agravando o problema dos alagamentos. Ele determinou ainda que recursos do convênio da Prefeitura de Angra com a Eletronuclear, como contrapartida pela construção de Angra 3, sejam utilizados na contratação de uma empresa especializada na elaboração de projetos a serem encaminhados ao Governo Federal, com pedido de apoio financeiro.

— O ministro da Integração nos informou que todos os anos sobram recursos por falta de projetos. Então, não podemos perder essa oportunidade. Angra vai fazer o dever de casa, elaborar projetos e buscar os investimentos. Se tem dinheiro no Governo Federal para isso, nós vamos nos organizar e buscar — resumiu ela.
Fonte: [PMAR]

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