Prefeita anunciou ações como a recomposição de equipes médicas
A prefeita de Angra dos Reis, Conceição Rabha, concedeu nova entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, 11. Desta vez a pauta exclusiva foram as ações e problemas da rede municipal de Saúde. Conceição estava acompanhada do secretário municipal da pasta, Dr. Carlos Vasconcellos, e da médica Maricelma Dattore, atual diretora da Santa Casa do município. Entre os assuntos debatidos estiveram a epidemia atual de dengue no município, a falta de profissionais médicos e insumos e a abertura do Hospital da Japuíba. A prefeita respondeu a perguntas dos jornalistas e anunciou as medidas imediatas tomadas pela administração.
Em relação à dengue, o secretário de Saúde confirmou o status de epidemia da doença na cidade. O aumento do número de casos impressiona as autoridades sanitárias e está demandando uma série de mudanças na própria rede de assistência.
Até a tarde do dia 11, havia 1876 casos suspeitos notificados, e outros 149 confirmados. 205 foram descartados. Os bairros com maior número de casos são o Parque Belém, Japuíba e Nova Angra, todos no segundo distrito. No quarto distrito a maioria dos casos é no Frade (77 suspeitos e seis confirmados) e no Parque Mambucaba (com 66 suspeitos e 27 confirmados). Há grande número de casos notificados também em Jacuecanga e Monsuaba.
— Tivemos 405 notificações em apenas uma semana. A doença está avançando rapidamente e as ações da Saúde estão acompanhando. Somente no pronto atendimento do Centro, em apenas um plantão, foram atendidas mais de 700 pessoas — exemplificou o secretário.
Além do atendimento ambulatorial e a cobertura de exames, outra ação para minimizar os efeitos da doença tem sido o mutirão de limpeza e ordenamento da cidade batizado de 'Angra. Eu Vivo, Eu Cuido', que começou há 15 dias na Japuíba e no último sábado passou pelo Parque Mambucaba.
— Nossa gestão está pautada na transparência. Por isso cada passo que damos, cada ação que tomamos, estamos comunicando à população através da Imprensa, para que todos fiquem sabendo e nos ajudem. Nesta questão da dengue, em especial, precisamos do apoio de todo mundo — frisou Conceição.
Contratação de médicos
Durante a entrevista, a prefeita também falou sobre a contratação de médicos para atendimento na rede pública municipal. O secretário de Saúde admitiu o problema, mais grave em algumas unidades como a UPA da Japuíba e esclareceu que, para ordenar melhor o sistema, a Prefeitura acaba de realizar um processo seletivo simplificado. Além disso foram chamados de imediato, todos os médicos do cadastro de reserva aprovados no concurso de 2012. Agora, cerca de 45 clínicos, cinco pediatras e sete médicos do programa Estratégia de Saúde da Família (ESF) devem ser integrados ao sistema público. Alguns começaram a trabalhar nesta segunda-feira, 11. Um grupo de clínicos será direcionado para a UPA Japuíba.
— Recebemos a UPA com praticamente nenhum clínico em situação regular de trabalho. Na gestão passada optou-se por uma modalidade de contratação temporária que, infelizmente, deixou a nova administração sem condições de recontratação, já que alguns desses contratos foram encerrados em outubro e dezembro do ano passado — lamentou Carlos Vasconcellos.
Aquisição de insumos e medicamentos
Outra questão abordada pelos jornalistas foi a falta de insumos médicos e equipamentos, além das condições ainda precárias de algumas unidades de saúde do município. De novo, a prefeita Conceição lembrou que ao assumir o Governo, em janeiro, muitos contratos de manutenção haviam expirado. Além disso, como a atual gestão encontrou dívidas de R$ 9 milhões só na Saúde e outros R$ 17 milhões na Santa Casa, alguns fornecedores recusaram-se a vender para o município. No dia 1º de março, sobretudo por causa da dengue, o município decretou situação de emergência epidemiológica, a fim de agilizar as aquisições.
— Recebemos a rede municipal com a previsão de abastecimento em termos de serviços hospitalares até março. Alguns itens, no entanto, já estavam em falta desde novembro. Estamos fazendo algumas compras emergenciais, respaldados pela situação de emergência — explicou o secretário de Saúde.
Segundo Conceição, em seis meses pelo menos, todos os contratos de manutenção e aquisição de insumos para a Saúde estarão ativos. A partir daí, disse ela, as dificuldades encontradas hoje e os problemas de infraestrutura das unidades estarão sendo resolvidos.
— Não preciso que ninguém venha me relatar as dificuldades porque eu sei. Eu visito os postos de Saúde, às vezes à noite, tenho ido ao Pronto Socorro e converso com os pacientes. A situação atual não me agrada e estamos trabalhando muito para resolver, dentro da legalidade exigida — adiantou a prefeita.
Hospital da Japuíba
Encerrando a entrevista, o secretário de Saúde confirmou a abertura do Hospital da Japuíba no final de junho. Quando aberta, esta unidade concentrará alguns serviços hoje espalhados pela cidade, inclusive o Pronto Socorro Municipal, além de demandar outras mudanças no atendimento. A Santa Casa, por exemplo, passaria por algumas reformas internas e ganharia novas funções.
Com a abertura do hospital, a UPA da Japuíba também mudará de perfil. Ela deixaria, por exemplo, de atender pacientes graves. No térreo, será o Pronto Socorro, com 40 leitos. Já a internação seria no terceiro andar.
Também acompanharam a entrevista coletiva, no auditório da Defesa Civil, os vereadores Claudinho, Dra. Cássia, Fábio Macedo, Chapinha, Jan e Jairo do Posto, além do secretário de Defesa Civil, Marco Oliveira.
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