Sem risco: Estudo mostra que operação das usinas nucleares não tem influência sobre saúde de moradores da Costa Verde A operação das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2 não produz nenhum impacto sobre a saúde dos moradores do município de Angra dos Reis. A conclusão é do estudo "Padrão da Mortalidade da População Circunvizinha à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - 1986 a 2007", realizado pelo Centro de Informações em Radioepidemologia (Cira) da Fundação Eletronuclear de Assistência Médica (Feam).
O trabalho analisa todas as grandes causas de óbitos da região e de outros 47 municípios de três estados da região Sudeste, principalmente as doenças potencialmente relacionadas à exposição à radiação ionizante, como câncer e anomalias congênitas.
Os resultados mostram não haver alteração no perfil de mortalidade no município de Angra dos Reis, quando comparado ao das demais áreas pesquisadas. Segundo o estudo, "pode-se concluir que o fator ‘morar próximo à usina nuclear de Angra dos Reis' não interfere nos óbitos observados por neoplasias e malformações congênitas".
O trabalho atualiza dois estudos epidemiológicos anteriores sobre o perfil de mortalidade da população residente na área de influência da CNAA, realizados em 2004 e 2007. Segundo a diretora técnica da Feam, Teresa Cristina Sampaio Barros Leite, a atualização se deve, em primeiro lugar, ao fato de que o processo carcinogênico, em seres humanos, pode se estender por muitos anos, o que torna recomendável que esse tipo de estudo abranja períodos mais longos de observação.
- Além disso, apesar de uma improvável exposição coletiva - que, se viesse a ocorrer, seria responsável por doses muito inferiores às decorrentes de exames médicos ou mesmo de fontes naturais -, é responsabilidade sóciossanitária das empresas monitorar as condições de saúde de populações vizinhas - diz a especialista.
Formada em pediatria pela UFRJ e com residência em endocrinologia pediátrica, Teresa Cristina Leite fez especialização em emergências radiológicas e nucleares no Radiation Emergency Assistancy Center de Oak Ridge (EUA). Ela é coordenadora da Instituição Associada (titulo dado à Feam pelo organismo internacional) ao Radiation Emergency Medical Preparedness and Assistance Network, grupo coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A área analisada foi definida a partir da distância da possível fonte de exposição, adaptando a metodologia empregada no estudo espanhol elaborado através do "Convenio de Colaboración entre El Consejo de Seguridad Nuclear y El Institut de Salud Carlos III", realizado nas usinas nucleares espanholas no ano de 2009.
Considerou-se no estudo como área de influência direta da Central Nuclear Álvaro Alberto o município de Angra dos Reis, cuja sede está situada no raio de 30 km das instalações nucleares e, portanto, da possível fonte de exposição.
- Este parâmetro é universalmente utilizado pelos diversos órgãos de segurança nuclear como área alvo de planos de emergência, na eventualidade de um acidente nuclear - explica Teresa Leite. Os demais municípios localizados na mesma região geográfica foram trabalhados compondo dois outros estratos:
- Área de Influência Indireta - municípios cujas sedes estão localizadas no raio de 30 km a 50 km da fonte radioativa - Arapeí, Bananal, Mangaratiba, Paraty, Rio Claro e São José do Barreiro;
- Área de Controle - municípios da mesma região geográfica, localizados a uma distância de 50 km a 100 km da fonte radioativa, isto é, fora da área de influência da Central Nuclear. Este estrato representa a soma da população e dados de mortalidade de 40 municípios, abrangendo os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Como Área de Controle 1, os municípios de Alagoa, Aparecida, Areias, Barra do Piraí, Barra Mansa, Bocaina de Minas, Cachoeira Paulista, Canas, Cruzeiro, Cunha, Engenheiro Paulo de Frontin, Guaratinguetá, Itaguai, Itamonte, Itanhandu, Itatiaia, Japeri, Lagoinha Lavrinhas, Lorena, Marmelópolis, Mendes, Paracambi, Passa Quatro, Passa Vinte, Pinheiral, Piquete, Piraí, Porto Real, Potim, Quatis, Queluz, Resende, Roseira, São Luis do Paraitinga, Seropédica, Silveiras, Ubatuba, Virgínia e Volta Redonda; e, como Área de Controle 2, o município de Cabo Frio.
Fonte:Diário do Vale
O trabalho analisa todas as grandes causas de óbitos da região e de outros 47 municípios de três estados da região Sudeste, principalmente as doenças potencialmente relacionadas à exposição à radiação ionizante, como câncer e anomalias congênitas.
Os resultados mostram não haver alteração no perfil de mortalidade no município de Angra dos Reis, quando comparado ao das demais áreas pesquisadas. Segundo o estudo, "pode-se concluir que o fator ‘morar próximo à usina nuclear de Angra dos Reis' não interfere nos óbitos observados por neoplasias e malformações congênitas".
O trabalho atualiza dois estudos epidemiológicos anteriores sobre o perfil de mortalidade da população residente na área de influência da CNAA, realizados em 2004 e 2007. Segundo a diretora técnica da Feam, Teresa Cristina Sampaio Barros Leite, a atualização se deve, em primeiro lugar, ao fato de que o processo carcinogênico, em seres humanos, pode se estender por muitos anos, o que torna recomendável que esse tipo de estudo abranja períodos mais longos de observação.
- Além disso, apesar de uma improvável exposição coletiva - que, se viesse a ocorrer, seria responsável por doses muito inferiores às decorrentes de exames médicos ou mesmo de fontes naturais -, é responsabilidade sóciossanitária das empresas monitorar as condições de saúde de populações vizinhas - diz a especialista.
Formada em pediatria pela UFRJ e com residência em endocrinologia pediátrica, Teresa Cristina Leite fez especialização em emergências radiológicas e nucleares no Radiation Emergency Assistancy Center de Oak Ridge (EUA). Ela é coordenadora da Instituição Associada (titulo dado à Feam pelo organismo internacional) ao Radiation Emergency Medical Preparedness and Assistance Network, grupo coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A área analisada foi definida a partir da distância da possível fonte de exposição, adaptando a metodologia empregada no estudo espanhol elaborado através do "Convenio de Colaboración entre El Consejo de Seguridad Nuclear y El Institut de Salud Carlos III", realizado nas usinas nucleares espanholas no ano de 2009.
Considerou-se no estudo como área de influência direta da Central Nuclear Álvaro Alberto o município de Angra dos Reis, cuja sede está situada no raio de 30 km das instalações nucleares e, portanto, da possível fonte de exposição.
- Este parâmetro é universalmente utilizado pelos diversos órgãos de segurança nuclear como área alvo de planos de emergência, na eventualidade de um acidente nuclear - explica Teresa Leite. Os demais municípios localizados na mesma região geográfica foram trabalhados compondo dois outros estratos:
- Área de Influência Indireta - municípios cujas sedes estão localizadas no raio de 30 km a 50 km da fonte radioativa - Arapeí, Bananal, Mangaratiba, Paraty, Rio Claro e São José do Barreiro;
- Área de Controle - municípios da mesma região geográfica, localizados a uma distância de 50 km a 100 km da fonte radioativa, isto é, fora da área de influência da Central Nuclear. Este estrato representa a soma da população e dados de mortalidade de 40 municípios, abrangendo os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Como Área de Controle 1, os municípios de Alagoa, Aparecida, Areias, Barra do Piraí, Barra Mansa, Bocaina de Minas, Cachoeira Paulista, Canas, Cruzeiro, Cunha, Engenheiro Paulo de Frontin, Guaratinguetá, Itaguai, Itamonte, Itanhandu, Itatiaia, Japeri, Lagoinha Lavrinhas, Lorena, Marmelópolis, Mendes, Paracambi, Passa Quatro, Passa Vinte, Pinheiral, Piquete, Piraí, Porto Real, Potim, Quatis, Queluz, Resende, Roseira, São Luis do Paraitinga, Seropédica, Silveiras, Ubatuba, Virgínia e Volta Redonda; e, como Área de Controle 2, o município de Cabo Frio.
Fonte:Diário do Vale
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