Na noite de ontem, foi realizada a segunda Assembleia da negociação salarial dos servidores. A categoria seguiu a indicação da diretoria e reprovou a proposta da prefeitura, que apresentou um valor muito abaixo do valor solicitado pelos servidores. O executivo aceitou apenas uma parte da pauta social, que inclui reformulação da lei 412 ( o Estatuto do Servidor) e a realização de exames periódicos, principalmente para os servidores expostos à insalubridade e periculosidade. A reivindicação de aumento no vale-alimentação de 8 para 12 reais e principalmente o reajuste de 18.32% foi negado pelo governo, que ofereceu apenas 5.47%.Desde o início da manhã de ontem, a diretoria do SINSPMAR esteve reunida com uma Comissão de Servidores, escolhida na última Assembleia, para discutir qual seria a melhor forma de negociar esses valores, já que a prefeitura havia adiantado que já tinha a proposta dela. A expectativa era de que o valor fosse bem mais alto, já que a arrecadação da prefeitura aumentou significativamente em relação ao ano passado e a promessa do executivo era repor a perda do ano passado, que foi de mais de 3%. Mas isso não se consumou e o valor oferecido só cobre a inflação do período.
Diante do que foi colocado na mesa, a diretoria não teve outra opção senão partir para a Assembleia com o posicionamento convicto de combater essa tentativa descabida de subjugar o servidor. E assim foi feito. Assim que o vice-presidente do SINSPMAR, Arlindo Lacerda leu o ofício enviado pelo executivo, minutos antes do início da Assembleia, o presidente Daniel Neves deixou claro para os servidores como a entidade recebeu essa proposta. "Isso aqui é brincadeira" desabafou o representante da categoria.
A diretoria franqueou a palavra para a Comissão, que reforçou a indignação de todos que começaram essa difícil negociação. A aposentada da educação, Conceição Fonseca, esteve o tempo todo no debate e não teve dúvidas de qual seria o caminho a ser seguido. "O servidor tem que se dar o respeito" emendou a professora, mantendo-se firme ao indicativo de rejeição. Além dela, o servidor do SAAE Fabrício ( Bibico), outro que acompanhou essa primeira parte do processo bem de perto, deixou claro a revolta que se instalou em toda a categoria diante da insistente falta de respeito da prefeitura com o servidor, ganhando o apoio do SINSPMAR quando sugeriu que uma carta de protesto fosse elaborada e enviada aos principais veículos de comunicação do país.
Depois disso, vários servidores presentes fizeram questão de se manifestar. A maioria não economizou nas críticas ao governo e demonstrou total insatisfação, não só pelo salário, como pela forma que vêm sendo tratados por esse governo, que persegue e desmotiva os seus funcionários. Todos que falaram na Assembleia demonstraram apoio ao SINSPMAR e mantiveram-se fiéis à indicação de rejeição da proposta. Eles não só pediram o aumento dos valores, como fizeram questão de colocar a possibilidade de iniciar uma greve se o reajuste não for a contento.
No fim, o resultado da Assembleia não poderia ser diferente: um sonoro "não" à prefeitura. Os servidores foram unânimes no descontentamento e no repúdio à forma como o executivo está agindo. A conversa de que a prefeitura não tem dinheiro não colou e a expectativa dos servidores é de que uma contra-proposta bem mais justa seja posta em discussão. Caso contrário, quem vai sair de cena são os servidores e a prefeitura ficará entregue às moscas.
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