Professor da New York University, Nouriel Roubini – famoso por ser um dos especialistas a prever a crise do subprime –, acredita que o mundo poderá conhecer uma “tempestade global perfeita”
Marco Prates
Economista Nouriel Roubini, professor da New York University (Simon Dawson/Bloomberg/Getty Images)
As previsões do economista e professor da New York University, Nouriel Roubini – mundialmente famoso por ser um dos especialistas a prever a crise do subprime de 2008 –, estão a cada dia mais sombrias. Para 2013, Roubini acredita que o mundo poderá conhecer o que ele chama da “tempestade global perfeita”, vivenciando uma crise pior que a de quatro anos atrás.
A razão para tanto pessimismo, segundo ele, é que, se uma nova crise econômica e financeira ocorrer, o mundo não tem mais o que fazer. “Passamos os últimos quatro anos usando 95% da munição”, declarou, em referência aos recursos para absorção de choques em crises. “Estamos sem munição”, sentencia o economista.
As soluções mais eficazes perderam qualquer possibilidade de continuarem a serem usadas, na avaliação de Roubini. “Em 2008, você poderia cortar as taxas de juros de 5% ou 6% para zero, fazer QE1 (pacote de política monetária para estimular a economia), QE2, QE3, você poderia fazer estímulo fiscal a até 10% do PIB. Hoje, mais QEs estão se tornando menos e menos eficazes porque os problemas são de insolvência, não iliquidez. Déficits fiscais já são tão grandes que todo mundo tem que cortá-los, e não aumentá-los. E você não pode salvar os bancos, porque (1) há oposição política a isso e (2) os governos estão perto da insolvência e não podem socorrer a si próprios, muito menos o sistema bancário”, sentencia.
A falta de soluções eficazes ao encontro, segundo Roubini, de um possível cenário bombástico. Confira o que, para ele, pode dar errado em 2013.
- "Na zona do euro, este acidente de trem em slow-motion poderia se tornar um desastre rápido".
- "Os Estados Unidos parecem perto de perder velocidade e (sofrer) uma recessão, dado os últimos dados econômicos".
- "O pouso da China está se tornando mais difícil em vez de mais suave".
- "Os outros mercados emergentes estão nitidamente diminuindo em termos de crescimento – os BRICs (China, Rússia, Índia e Brasil) e também México e Turquia – em parte porque há uma recessão na zona euro e Reino Unido, em parte porque eles não está fazendo suas reformas”.
- "E finalmente há a bomba-relógio de uma potencial guerra entre Israel e Estados Unidos contra o Irã. As negociações falharam. As sanções vão falhar. Obama não quer uma guerra antes da eleição, mas depois da eleição, independentemente de eleito Obama ou Romney, as chances são que os EUA decidam ir e atacar o Irã. Em seguida, você terá os preços globais de petróleo dobrando do dia para a noite".
Está, portanto, caracterizada a receita para o que ele chama de “tempestade global perfeita”, algo que ninguém quer ver no próximo ano.
Fonte: VEJA.com
Marco Prates
Economista Nouriel Roubini, professor da New York University (Simon Dawson/Bloomberg/Getty Images)
As previsões do economista e professor da New York University, Nouriel Roubini – mundialmente famoso por ser um dos especialistas a prever a crise do subprime de 2008 –, estão a cada dia mais sombrias. Para 2013, Roubini acredita que o mundo poderá conhecer o que ele chama da “tempestade global perfeita”, vivenciando uma crise pior que a de quatro anos atrás.
A razão para tanto pessimismo, segundo ele, é que, se uma nova crise econômica e financeira ocorrer, o mundo não tem mais o que fazer. “Passamos os últimos quatro anos usando 95% da munição”, declarou, em referência aos recursos para absorção de choques em crises. “Estamos sem munição”, sentencia o economista.
As soluções mais eficazes perderam qualquer possibilidade de continuarem a serem usadas, na avaliação de Roubini. “Em 2008, você poderia cortar as taxas de juros de 5% ou 6% para zero, fazer QE1 (pacote de política monetária para estimular a economia), QE2, QE3, você poderia fazer estímulo fiscal a até 10% do PIB. Hoje, mais QEs estão se tornando menos e menos eficazes porque os problemas são de insolvência, não iliquidez. Déficits fiscais já são tão grandes que todo mundo tem que cortá-los, e não aumentá-los. E você não pode salvar os bancos, porque (1) há oposição política a isso e (2) os governos estão perto da insolvência e não podem socorrer a si próprios, muito menos o sistema bancário”, sentencia.
A falta de soluções eficazes ao encontro, segundo Roubini, de um possível cenário bombástico. Confira o que, para ele, pode dar errado em 2013.
- "Na zona do euro, este acidente de trem em slow-motion poderia se tornar um desastre rápido".
- "Os Estados Unidos parecem perto de perder velocidade e (sofrer) uma recessão, dado os últimos dados econômicos".
- "O pouso da China está se tornando mais difícil em vez de mais suave".
- "Os outros mercados emergentes estão nitidamente diminuindo em termos de crescimento – os BRICs (China, Rússia, Índia e Brasil) e também México e Turquia – em parte porque há uma recessão na zona euro e Reino Unido, em parte porque eles não está fazendo suas reformas”.
- "E finalmente há a bomba-relógio de uma potencial guerra entre Israel e Estados Unidos contra o Irã. As negociações falharam. As sanções vão falhar. Obama não quer uma guerra antes da eleição, mas depois da eleição, independentemente de eleito Obama ou Romney, as chances são que os EUA decidam ir e atacar o Irã. Em seguida, você terá os preços globais de petróleo dobrando do dia para a noite".
Está, portanto, caracterizada a receita para o que ele chama de “tempestade global perfeita”, algo que ninguém quer ver no próximo ano.
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