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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Marinha instaura inquérito para apurar acidente em Angra

(Dicler de Mello e Souza - Diário do Vale)  
A Capitania dos Portos informou nesta terça-feira, que instaurou um Inquérito sobre Acidentes e Fatos de Navegação (IAFN), para apurar a morte do engenheiro carioca Geraldo César Roxo Monarca, de 58 anos. O corpo da vítima foi encontrado na segunda-feira, próximo a Ilha dos Búzios, em Angra dos Reis, após mais de 20 horas de buscas feitas pela Marinha, bombeiros e Defesa Civil.

A assessoria da Marinha informou que o laudo sobre o acidente deverá ser concluído em 90 dias. A Polícia Civil também instaurou inquérito para apurar a causa da morte do engenheiro, que morava no Jardim Botânico, no Rio.

O delegado titular da 166ª DP (Angra dos Reis), Francisco Benitez, disse que vai investigar o caso como homicídio culposo (sem intenção de matar). O policial disse que o local onde Geraldo praticava a pesca submarinha no sábado estava com um tráfego intenso de lanchas, devido ao feriado prolongado.

- Acredito que o engenheiro tenha sido atingido por uma hélice de embarcação de médio porte de aproximadamente 19 a 28 pes, porque os cortes que ele apresentava não eram profundos. A vítima ao ser atingida pela hélice teria afundado. Fato que não fez com que ocorressem outros cortes. Tenho que apurar se o mergulhador não teria concorrido para se acidentar, porque ele estava numa lancha com o filho e o cunhado e se afastou para praticar a pesca submarina - disse Benitez.

Ainda de acordo com o delegado, o filho e o cunhado do engenheiro estão traumatizados e ainda não compareceram a delegacia para depor. Benitez explicou que apenas um irmão da vítima - que não estava no local - foi quem depôs na 166ª DP.

O policial disse que mandou que inspetores fossem a oficinas de Angra dos Reis, para investigarem se algum mecânico teria recebido para consertar hélices danificadas. O delegado informou ainda que o laudo de necropsia do Instituto Médico Legal (IML) constatou que Geraldo sofreu um traumatismo crânio-encefálico.

- Pela experiência que tenho como delegado, o engenheiro foi atingido por hélice de uma embarcação ao se aproximar da superfície da água quando fazia pesca submarina próximo a Ilha dos Búzios, localizada a cerca de dois quilômetros da costa angrense - disse o policial.

O delegado foi apurar a ainda se o mergulhador teria sinalizado o local para fazer a pesca submarina ou se ele estava em uma área destinada ao trânsito de lanchas.

O comandante do Corpo de Bombeiros de Angra dos Reis, Ernani Mota, informou que o corpo de Geraldo foi encontrado a 18 metros de profundidade. O militar explicou que a vítima estava com cinto contendo chumbo, que serve para dar equilíbrio aos mergulhadores.

- Geraldo, porém, quando foi atingido pela suposta hélice de uma embarcação, deve ter perdido os sentidos e o cinto fez com que ele fosse para o fundo. Isso dificultou os trabalhos de buscas para encontra-lo - disse Ernani, acrescentando que o engenheiro apresentava um corte na testa e outro na coxa esquerda.

Geraldo Monarca frequentava Angra desde pequeno e tinha uma casa de praia na cidade. Ele trabalhou no projeto de vários condomínios e do maior shopping de Angra. O IML liberou o corpo do mergulhador na tarde de segunda-feira, para ser transladado para o Rio, onde o engenheiro morava.

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