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domingo, 19 de fevereiro de 2012

Na Austrália, carioca vira ídolo de um esporte desconhecido no Brasil


Harry O'Brien nasceu em Madureira, no Rio de Janeiro. Foi para o outro lado do mundo aos três anos de idade e hoje é estrela no futebol australiano
Por Thiago AsmarDireto de Melbourne, Austrália
Um craque capaz de encher estádios. Ídolo, mas que se preocupa com a pobreza e as injustiças sociais. Foi recebido até pelo Dalai Lama, um dos líderes espirituais mais importantes do mundo. Reconhecido em todas as ruas de Melbourne, Harry O'Brien não nasceu com esse nome gringo: era Heiritier, de Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro. Foi para a Austrália aos três anos e hoje é destaque do Collingwood, campeão nacional de 2010 de uma modalidade pouco conhecida no Brasil, o futebol australiano.


A única coisa parecida com o futebol que é jogado aqui é o nome. São 18 jogadores de cada lado, brigando pela posse de uma bola oval, dando passes com os pés e com as mãos. A trave lembra a do futebol americano, mas é dividida em três partes. Se a bola entrar no meio, vale seis pontos. Pelos lados, vale apenas um ponto. E para marcar, não vale jogar com a mão, apenas com os pés.


- Para jogar esse esporte, tem que ser forte, mas não basta isso. Tem que correr muito, e também ter mais habilidade - disse o craque brasileiro, que marcou um dos gols do título de 2010 de seu time.


No futebol australiano, o contato também é mais permitido do que no futebol convencional. Quando acontece uma briga, os juízes tem uma tolerância enorme. Demoram para separar, e ninguém é expulso do jogo. O tiro lateral é cobrado pelo árbitro, e sempre de costas, para não favorecer ninguém.
O carioca Harry O'Brien é ídolo no futebol
australiano (Foto: Reprodução/TV Globo)


Paixão brasileira e preocupação social
Harry foi para a Austrália aos três anos, levado pela mãe, em busca do pai, que nunca conheceu. Toda vez que volta ao Brasil, fica na favela da Serrinha, em Madureira, onde nasceu. Fã de Ronaldinho Gaúcho, vai a todos os jogos do Flamengo que pode. Leva na pele o amor pela terra: tem tatuagens de uma favela, do Cristo Redentor e do escudo do Flamengo no braço.


Quando chegou à Austrália, Harry foi morar num conjunto habitacional, que tinha gangues e muita violência. Hoje, tem um projeto social na região, e suas ações ajudam as 40 mil crianças que vivem na região. Por conta disso, foi nomeado embaixador multicultural na Austrália.


- Eu sou muito mais conhecido por ser um jogador que tem uma voz e uma consciência social, do que por ser um jogador que tem habilidade. Eu gosto de usar a minha imagem para ser um representante de paz, para mostrar que você pode ser de qualquer lado do mundo, mas pode se entender - finalizou Harry.
Fonte:globo esporte 

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