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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Mulher morre após aborto retido e septicemia, em Sorocaba-SP

Rodrigo Rainho
Agência BOM DIA

Dulcinéia Aparecida Santiago morreu nesta segunda-feira aos 31 anos, às 14h, na enfermaria do Conjunto Hospitala Sorocaba (CHS) depois de dar entrada em 5 de agosto, consciente. “Ele estava apenas inchada no corpo e tinha falta de ar”, diz a mãe Ana Aparecida Santiago.

O corpo médico constatou aborto retido e hipertiroidismo na paciente. A breve passagem da jovem pelo hospital virou notícia policial.

Isso porque uma denúncia anônima, feita no dia 17, levou a Delegacia da Mulher de Sorocaba a investigar uma suposta negligência e, pior, tentativa de esconder os supostos erros médicos. “Lavramos o boletim de ocorrência e avisamos ao CHS que seria necessário perícia no corpo caso a vítima viesse a falecer”, diz a delegada Ana Luiza Job de Carvalho Salomone.

Operação abafa?/Uma determinação formal da polícia foi ignorada pelo CHS. Depois da morte de Dulcinéia, o hospital ignorou o pedido da delegada Ana Luiza e liberou o corpo para necrópsia.

Estudantes da PUC e funcionários do Serviço de Verificação de Óbito analisaram só a causa da morte, sem responder às perguntas da perícia criminal. A ocultação do prontuário da jovem, solicitado pela polícia no dia 19 e não enviado até hoje, reforça a tese de erro médico e negligência. “Antes, já havia suspeita de perigo contra a vida ou saúde de outra. Agora, depois do CHS liberar o corpo, vamos instaurar inquérito para apurar eventual homicídio culposo, com base no artigo 121, parágrafo 4º do Código Penal”, diz a delegada do caso. “Vamos apurar se houve imperícia, imprudência ou negligência dos médicos”.

Aborto retido pode levar mulher à morte

Aborto incompleto – ou aborto retido – é quando o corpo expele apenas uma parte do tecido fetal. É muito comum no início da gravidez. Geralmente, ocorre em decorrência de falha no cromossomo ou defeito genético que impede desenvolvimento.

A septicemia (sepsis) é uma infecção geral no organismo grave, desenvolvida por via sanguínea a partir de outra infecção já existente.

38 dias foi o tempo de internação da vítima Dulcinéia Aparecida Santiago no CHS. Liberada da UTI no sábado, ela viveu quatro dias na enfermaria: parentes relatam maus-tratos.

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