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sábado, 12 de novembro de 2011

A USP e seus maconheiros

Esta semana, o Facebook foi inundado pelos brilhantes comentários a favor da prisão dos estudantes da USP que ocuparam a Reitoria da Universidade e foram presos pela Polícia Militar de SP.Ouvi e li de tudo.Que os estudantes deveriam ser processados, apanhar, levar “borracha” e outras pérolas. Inclusive de gente que eu respeito e conheço. Gente que individualmente é tranquila e democrática, mas que na hora do estouro da boiada fascista assume posições deploráveis.Só para esclarecer, não sou nem fui a favor da tal ocupação. Nem eu, nem a maioria dos estudantes que decidiram não realizar este tipo de protesto na sua própria assembleia. Mas daí a se “empolgar” com a criminalização dos movimentos sociais vai uma larga distância.A presença da Polícia Militar dentro do Campus da USP é apenas mais um capítulo da postura intransigente e antidemocrática que assola a Reitoria. Mas é também fruto da postura mesquinha, conservadora e provinciana que conduz governadores do PSDB ao Palácio dos Bandeirantes há muitos anos.O senso comum, que elegeu Ademar de Barros, criou o Janismo e o Malufismo continua entranhado na sociedade paulista.Uma postura que aceita o autoritarismo, que espera que os governantes eleitos com bandeiras morais possam aplacar esta angústia e revolta que ninguém sabe direito de onde vem, que acredita que os problemas são os outros: baianos, negros, gays ou simplesmente os pobres. É gritante para quem mora em outras regiões do país, como um estado construído à base de migrantes e imigrantes seja berço de tanta xenofobia.Tenho conhecidos que nasceram em outros estados, ou são filhos de migrantes que gritam contra a invasão de SP por “nordestinos”.Esta intolerância vai contaminando tudo e todos. Ela justifica os ataques na Paulista, justifica a execução pela Polícia, justifica as mensagens carregadas de preconceito contra o ex-presidente Lula, e justifica também o desrespeito pela decisão soberana de uma assembleia estudantil.É preciso retomar o prumo e a razão.Não é aceitável que o debate sobre o consumo de drogas se concentre apenas nos usuários, isso foi tentado há anos e só alimentou os barões do tráfico.Não é aceitável que não haja debate democrático dentro de um ambiente universitário, afinal de contas é o contraditório que alavanca nossa democracia. Não é aceitável que a destruição de patrimônio público seja justificada pela ausência de diálogo. Protesto é outra coisa bem diferente.Não é aceitável que a intolerância e o fascismo se entranhem na nossa sociedade, que a democracia seja relativizada e permitida apenas aos cidadãos de bem.Acho que a exposição desta nuvem abjeta de preconceitos, exposta de forma exemplar pelo vídeo feito na reunião de socialites de SP, ao contrário do que parece, é uma virtude das redes sociais.O sentimento existia antes da internet e continua existindo, só que agora é mais explícito e passível de responsabilização, como foi o caso da garota que tuitou “a morte aos nordestinos”.Se não fossem as redes, não haveria a exposição dos que destilam ódio e preconceito por trás de uma roupagem gentil e moderna.Defendem o “novo”, mas exalam o cheiro fétido do velho autoritarismo.Em tempo: sou nascido e criado na cidade de São Paulo.

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