Uma britânica de 43 anos decidiu retirar os seus dois seios saudáveis para prevenir o câncer de mama. Sally Maguire, de Cambridgeshire, sudeste da Inglaterra, já teve vários casos de câncer na família. Sua mãe morreu devido a um caso de câncer nos ovários, assim como sua bisavó e avó.
Aos 28 anos, Sally passou por uma histerectomia para evitar o câncer nos ovários.
Agora, ela pretende fazer a mastectomia dupla e também a reconstrução das mamas, mesmo não tendo sido diagnosticada com a doença.
Pelo fato de não ter parente vivo, ela não tem como fazer exames genéticos para saber se tem o gene que pode determinar se ela tem ou não propensão de desenvolver câncer de mama.
- Existem tantas mulheres por aí que têm câncer e elas têm que passar por isso, não têm escolha. Me sinto tão egoísta, pois tenho essa escolha, posso fazer [a cirurgia] e talvez tirar a chance de outra pessoa que esteja doente. E eu não estou doente. Mas eu não quero ter que falar para meus filhos que tenho câncer. Não quero passar por quimioterapia. Quero tirar isso do meu caminho.
Inspiração materna
Sally Maguire afirma que vai fazer a mastectomia inspirada no caso de sua mãe.
- Não quero que minha família tenha que conviver comigo tendo câncer, e o que isso faz com você, como você se sente, sem poder fazer nada. Tudo o que minha mãe queria é que eu tivesse o melhor e ela odiava a possibilidade de ter me passado esse gene e que eu pudesse ter que passar pelo que ela passou.
Apesar de Sally ter ido ao hospital para fazer a operação, o procedimento foi cancelado na última hora, pois ela estava com uma infecção. Mas, ela quer fazer a cirurgia o mais rápido possível.
No Brasil o procedimento é considerado pouco comum e a tabela do SUS (Sistema Único de Saúde) não prevê a realização da mastectomia preventiva. Mas, depois de uma análise caso a caso, o sistema publico de saúde estadual ou municipal poderá arcar com o custo.
Genes raros
No serviço de exames genéticos da região de Cambridgeshire, no Hospital Adam's Brook, os que têm um histórico de câncer na família podem fazer o exame para detectar genes anormais.
Esses genes são raros, diferentes entre as famílias, mas nem todos vão herdá-los. Um familiar sobrevivente pode ajudar o laboratório a encontrar o gene relacionado ao câncer, como explica Rebecca Treacy, do serviço de exames genéticos da região de East Anglia.
- É melhor para nós podermos identificar o problema em uma pessoa que tem o problema, então podemos mostrar que é a causa da doença naquela família.
A análise demora dois dias e é considerada muito difícil de ser feita. Todas as amostras podem ser estocadas, para exames no futuro, quando a medicina genética já estiver mais avançada.
No entanto, Sue Kenwrick, consultora do serviço de exames genéticos, diz que escolher fazer esse exame pode ser uma decisão difícil.
- Você não está pensado apenas em como esse exame tem impacto na sua saúde, mas você também pensa em suas filhas, ou suas irmãs, ou, em alguns casos, seus pais.
BBC Brasil /paraiba.com.br
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