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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Avaliação dos aspectos de Segurança do Projeto da Usina Nuclear Angra 3*

                                                                            MAQUETE DA USINA ANGRA 3
Celio Bermann
Resumo
Este estudo (Título original: “Expert Opinion on Safety Aspects of the Angra 3 Nuclear
Project”) foi elaborado pelo Prof. Dr. Celio Bermann, do Instituto de Eletrotécnica e
Energia da Universidade de São Paulo, Brasil, por solicitação das ONG’s alemãs
Greenpeace-Alemanha e Urgewald, para ser apresentado aos Deputados e Senadores do
Parlamento Alemão que vão analisar a solicitação de crédito formulada pelo Governo
brasileiro para as obras de conclusão da usina nuclear Angra 3.

O estudo mostra que os deslizamentos de terra que ocorrem com freqüência na região de
Angra dos Reis são os principais problemas sob o ponto de vista da segurança do
projeto de construção da usina Angra 3 na região. Tais problemas não estão sendo
considerados pela empresa Eletronuclear e pelas autoridades responsáveis pela
segurança das usinas nucleares no Brasil com a importância que os riscos de catástrofes
impõem.
Este estudo também demonstra que existem vigorosos problemas com os Planos de
Emergência e de Evacuação para situações plausíveis de ocorrência de interrupção do
suprimento de energia elétrica nas usinas nucleares de Angra 1 e 2, em função dos
deslizamentos nas encostas da região. Nenhuma ação concreta está sendo tomada pela
empresa para reduzir ou afastar estes riscos.
Ainda, este estudo indica que é limitado o raio de 3-5 km que a empresa Eletronuclear
considera para efeitos de evacuação (como o acidente em março de 2011 na usina de
Fukushima no Japão demonstrou). Além disso, as rotas de fuga são precárias senão
impeditivas, para o deslocamento em condições adequadas de uma quantidade
significativa de pessoas, incluindo os próprios funcionários das usinas, e os moradores
do entorno das usinas, cujo número pode chegar a 200 mil pessoas, se o raio de 20 km
for considerado para o Plano de Evacuação.
Ainda, não é considerado o grande número de turistas que procuram a região no período
de férias no verão, que é ao mesmo tempo a época de chuvas.
O estudo também mostra como o treinamento da população potencialmente incluída no
atual Plano de Evacuação limitado aos 3 e 5 km, é precário e as condições de transporte
desta população em situação emergencial são também precárias, e como são inexistentes
as condições adequadas de abrigo para esta população no caso de ser removida por
ocasião de um evento de exposição aos radioisótopos na eventualidade de um acidente
nuclear similar ao verificado em março de 2011 na usina de Fukushima no Japão.
Em suma, a região de Angra dos Reis não é adequada para a instalação de usinas
nucleares devido aos altos riscos de deslizamentos e os precários planos de emergência
existentes.
Nestas condições, a construção de uma terceira usina na região de Angra dos Reis vai
multiplicar os problemas e ampliar de forma desnecessária e irresponsável os riscos aqui apontados.
Frente aos problemas apontados neste estudo, e fartamente documentados, a empresa
Eletronuclear apresenta apenas ações insuficientes e não efetivas para reduzir ou evitar
tais problemas, e apresentar condições satisfatórias de segurança nas usinas nucleares
existentes e projetadas na região de Angra dos Reis.
Nuclear Angra 3*

Celio Bermann**
Professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia
Universidade de São Paulo
* Estudo encomendado pelas ONGs alemãs Greenpeace e Urgewald.

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