Foi realizada na tarde de quinta-feira, 7 de dezembro, com a presença do prefeito Tuca Jordão e do presidente da Fundação de Saúde de Angra dos Reis (Fusar), Amílcar Caldellas, uma coletiva de imprensa com a finalidade de dar esclarecimentos sobre a situação da saúde no município. O primeiro ponto abordado foi sobre a Santa Casa de Misericórdia, que vem enfrentando problemas administrativos e alega não ter condições de manter os atendimentos no Hospital e Maternidade Codrato de Vilhena.
Durante a semana aconteceram reuniões com os representantes da instituição, que manifestaram o desejo de entregar a administração da Santa Casa para a prefeitura. Desde o dia 17 de maio de deste ano, o município passou a auxiliar a irmandade, com uma gestão coparticipativa. De acordo com relatório apresentado pela direção na época do anúncio do auxílio, a situação financeira da instituição era precária, e somente um aumento nos repasses realizados pelo Executivo possibilitaria a continuidade do trabalho. Na ocasião foi divulgado que a Santa Casa acumulara dívidas (passivo) que giravam em torno de R$ 15,5 milhões. Atualmente a prefeitura repassa cerca de R$ 1,7 milhão por mês para a Santa Casa, direta e indiretamente. “Os gestores colocaram uma questão bastante preocupante em relação ao funcionamento da Santa Casa. Mesmo com todos os repasses feitos pela prefeitura e todos os esforços, a instituição continua com problemas administrativos. Na próxima terça-feira, 13, vamos tentar formalizar um acordo entre a prefeitura e a irmandde, em mais uma reunião com o Ministério Público”, disse o presidente da Fusar, Amílcar Caldellas.
O prefeito Tuca Jordão deixou claro que a prefeitura jamais pensou em fazer uma intervenção na Santa Casa. A ideia era uma gestão compartilhada, mas devido a situação crítica atual, com a possibilidade de paralisação de alguns serviços por falta de pagamento aos fornecedores, o prefeito pediu a participação do Ministério Público para que seja encontrada a melhor solução para o caso. “O momento é de união de todos em relação à Santa Casa, que é um patrimônio da cidade de Angra dos Reis. Não estamos medindo esforços para dar um atendimento de qualidade aos nossos cidadãos. A prefeitura vai fazer todo o possível para que a situação se normalize e os atendimentos voltem ao normal”, disse o prefeito.
Hospital da Japuíba
O segundo momento da coletiva foi dedicado ao Hospital da Japuíba, que teve sua obra física entregue essa semana e começa agora o processo de preparação para entrar em funcionamento. “Eu poderia fazer uma grande festa para inaugurá-lo, já que toda a estrutura está pronta. Mas existem procedimentos a serem seguidos, como a desinfecção do prédio e o treinamento das equipes de atendimento. Vamos implantar os serviços passo a passo para abrir o hospital à população do jeito que ele tem que ser aberto”, falou Tuca Jordão.
O secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes, esteve no município na semana passada, visitando o hospital. Segundo o prefeito, ele ficou maravilhado com a estrutura e a grandiosidade da construção, e ainda sugeriu parcerias com o Estado, como a encampação do segundo andar do hospital para a implantação de leitos voltados ao centro de tratamento intensivo e o investimento de R$ 15 milhões em equipamentos. A notícia foi recebida com bons olhos pelo prefeito. “Temos que aceitar toda a ajuda oferecida pelo Governo do Estado, assim como o financiamento, mas sem a necessidade de ceder o andar inteiro. A projeção em relação ao custo anual do hospital é de R$ 80 milhões. O município sozinho não vai conseguir gerir esse valor, havendo a necessidade de efetuar uma gestão da Fusar com o Estado e a União”.
Tuca Jordão afirmou que no primeiro trimestre de 2012 os serviços que constam no projeto do hospital começarão a ser realizados. Para isso, a Fusar vai chamar os profissionais aprovados em seu último concurso, além de promover um novo.
De acordo com o presidente da fundação, Amílcar Caldellas, o cronograma de preparação do hospital para entrar em funcionamento está mantido. Começa agora a montagem do parque tecnológico e o treinamento das equipes de médicos, enfermeiros, auxiliares, além do corpo administrativo. Após essa fase terão início os serviços de apoio e diagnóstico, como raios x, ultrassonografia, tomografia, ecocardiograma, entre outros. A seguir começarão as cirurgias eletivas, atendendo as demandas de pequeno porte. Finalizando o cronograma, serão implantados os serviços de alta complexidade como neurocirurgia, cirurgia cardíaca e emodinâmica.
“Não podemos preencher esse espaço de maneira desenfreada e acabar perdendo a possibilidade de instalar outros serviços importantes no futuro, como o de oncologia. Todos os serviços dentro do projeto do hospital serão oferecidos à população, mas de maneira gradativa”, concluiu Amílcar Caldellas.
Do site da PMAR
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